Cê sempre diz pra mim que eu continuo uma menina, desde a
vez que nos conhecemos. Dizia que o que te encantava em mim era o meu jeito
meio moleca, de uma doçura espontânea. Lembro que ce dizia: “ahhh mas você fica
tão linda com cara de brava, faz de novo.” E eu ria, gargalhava, porque não
conseguia manter a pose de durona. Não, não contigo. Você me faz ser tão eu.
Sim, é uma redundância, mas com a gente não tem mistérios, não tem segredos.
Com você não tenho medo de errar, porque a gente vai aprendendo um com o outro,
a gente vai se doutrinando. Cresço e mudo contigo, mas minha essência é aquela
de sempre, de uma “meninice mulher”.
Parece que a gente se conheceu ontem, apesar de, se eu olhar
pra trás, não conseguir contar os diversos momentos maravilhosos que passamos
juntos. Loucura né, a gente se conhece há tanto tempo, mas é incrível como
vamos descobrindo algo novo do outro, ou melhor, vamos nos (re)descobrindo com
a gente mesmo.
E nessa aprendizagem, fomos descobrindo a vida também e, com
ela, os seus muitos desafios, problemas e surpresas. Afinal, a vida é dura,
difícil e passamos por tantas provações que às vezes quase nos deixam cair,
falhar, desacreditar. Mas cê nunca duvidou de mim. Acho que você acreditava
muito mais em mim do que eu mesma. E acredito que essa foi a melhor lição que
alguém poderia ter me dado na vida.
Temos muita coisa a viver, a sonhar e a realizar e espero
que continuemos lado a lado. Quero lembrar do teu sorriso torto e tuas piadas
sem graça ou do jeito que você sempre dava pra arrancar um sorriso de mim,
mesmo com as tuas bobeiras. Espero que no futuro a gente lembre com carinho dos
nossos abraços de urso, das nossas risadas, mas até de quando falhamos um com o
outro, afinal, não somos príncipes e princesas, mas anti-heróis da nossa
própria história. E com você, quero ser a melhor vilã de todas.